O TRABALHO DE UM AUXILIAR INVISÍVEL (JUN/09)
O TRABALHO DE UM AUXILIAR INVISÍVEL
Por: Socorro Viana – JUNHO de 2009
Despertei no meio da noite, sentindo alguém me acordar com certa urgência. Abri os olhos e não vi ninguém. Nesse momento, senti um cheiro forte de gás de cozinha no ar, onde já havia saturado todo o ambiente.
Levantei-me ainda um pouco aturdida seguindo diretamente para a cozinha e para o fogão. Um dos botões encontrava-se aberto, percebi. Alguém, por descuido, havia esquecido o gás aberto, e poderia causar um acidente. Após fechá-lo, voltei para a cama, tendo antes aberto as janelas para que aquele cheiro forte fosse dissolvido.
Logo que deitei, adormeci novamente me projetando para um local que parecia ser no interior, pois percebi muitas árvores, suas sombras na noite enluarada e o cheiro agradável da natureza noturna.
Estava diante de uma casa muito iluminada, tendo ficado parada fora dela, para observar o que ainda não sabia o que seria.
A porta dos fundos estava entreaberta. De onde estou, vejo uma garotinha que aparentava uns 3 anos, sentada numa cadeira no limiar dessa porta.
Fiquei a observá-la, sabendo que precisava, de alguma forma, protegê-la. Era tão pequena.
Alarguei minha visão e percebi que a cadeira da garotinha estava bem em frente a uma escada de madeira que parecia levar ao andar superior da casa.
No momento seguinte, observei que despencava do alto da escada um objeto que me parecia de metal com uma protuberância, que estava caindo diretamente sobre o local onde estava a menina.
Com a maior rapidez que me foi possível, pulei e coloquei a menina nos braços, no exato momento em que o objeto esmagava a cadeira onde ela estava sentada. Ainda assustada, acalentei-a um pouco junto ao peito, devolvendo-a em seguida para os braços da mãe que apareceu prontamente do meu lado.
Em seguida, desloquei-me para um outro lugar, onde encontrei várias pessoas conhecidas e fiz comentários sobre o acontecido, lembrando de citar a proteção dos mestres que haviam me avisado do gás no fogão aberto. Comentei ainda, que minha intuição estava muito aguçada, ao que uma pessoa que estava no rol da conversa, citou que tinha dificuldades de fazer a intuição funcionar, trabalhando, muito mais, a lógica do hemisfério esquerdo do cérebro.
Acordei, na manhã seguinte, sentindo uma forte congestão nasal, com certeza, em função da quantidade de gás inalado.
Alguns dias depois…
Despertei na madrugada sentindo uma enorme opressão no peito. Era tão forte que sentia dificuldade para respirar. Parecia que estava chorando por dentro. Ainda sem acender a luz do quarto, tentei fazer respirações intensas para poder me sentir melhor, mas não consegui. A dor do mundo parecia ter caído sobre mim.
Não consegui também ficar deitada. Levantei-me e olhei pela janela o céu estrelado e a noite bem calma. Mas, a dor lancinante, misto de medo, angústia, ansiedade, perdurava. Não entendia a razão daquele tão forte sentimento. Não lembrava em nenhum momento da minha vida, ter sentido algo tão intenso e não físico, a ponto de me tomar completamente.
Abri minha visão, alarguei a percepção, mas não consegui distinguir a razão daquela dor.
Como faço sempre quando tenho premonições não identificadas, orei para os familiares, amigos, e envolvi toda a humanidade na proteção divina.
A dor foi diminuindo e pela manhã, mesmo estressada, não sentia mais aquela estranha dor.
Comentei o fato com familiares e continuei pedindo a Deus para que a humanidade pudesse encontrar seus caminhos.
Três dias depois, ao ligar a TV para assistir o noticiário, me deparei com uma verdadeira bomba: um avião de Air France, com mais de 200 passageiros, havia desaparecido em pleno Oceano Atlântico.
Penso: devo ter pressentido o desespero daquelas pessoas. Que todas elas possam encontrar o repouso eterno merecido. Que Assim Seja! .