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A COMUNHÃO COM O TODO

Existem dias, como este que estou descrevendo, que acordo com a sensação de que as forças para continuar neste sistema, estão chegando ao final. Uma espécie de pânico me atinge e penso nas duas únicas alternativas viáveis para as Sementes a serviço: desistir ou continuar?

Desistir corresponderia ao não cumprimento da missão pré-determinada, a qual estamos encarregados e que a cada serviço concluído sabemos ser um degrau a mais na nossa evolução.

Então, aos “trancos e barrancos” precisamos continuar.

Sendo esta a alternativa que nos resta, seguindo o caminho dos sábios, paro neste momento de reflexão e, chega a minha mente minha vida aqui na Terra, meu processo, minha história a qual está intercalada e ligada a Seres tão luminosos que me sinto um tanto envergonhada, de alguma vezes cair nessas lacunas de desânimo e solidão.

O cansaço vai sumindo, enquanto caminho por uma estrada suave e infinita para dentro do meu templo interno.

Estou agora sentada e observo tudo à minha volta e a grandiosidade do Amor Divino.

Uma imensa planície azulada é o que alcança minha mente. Ao longe, o céu, também azul, confunde-se no horizonte de paz e harmonia, absolutos. A suavidade do relevo em ondas de serenidade, me faz pensar num trecho escrito por uma mente superior: “reverenciado os Templos da Sabedoria, chegará o momento em que o homem reconhecerá o Templo do Amor Universal em seu interior. Nesse tempo, ele será um com o criador”.

Continuo na minha contemplação, quando surge ao longe, entre mim e o horizonte, uma cidade completamente transparente e translúcida. Eu penso: será a cidade de cristal falada e da qual tive notícias há alguns dias? Segundo me falaram, ela se torna visível sempre em horários tardios na madrugada, em vias costeiras! Mas, me encontro agora, numa planície azul, de areias azuis, num espaço fora do ambiente terreno! Será a mesma cidade vista por muitos?

Com tantas questões no pensamento, levanto-me do local onde encontro-me sentada e ando me aproximando daquele monumento cristalino, admirando os detalhes da sua arquitetura. São inúmeras torres que parecem querer tocar o céu. De onde estou, posso divisar o ambiente interno e, quando penso nisto, no instante seguinte, estou no interior, fazendo parte dele. É como um estado e não um fato.

Continuo a pensar que não é hora de questionar e sim de vivenciar. Aproveito para analisar, observar e tocar em várias coisas. Como uma criança enlevada com um dos seus mais lindos sonhos, sigo deliciando-me desses momentos únicos.

Sento-me numa cadeira de espaldar alto e no momento seguinte participo de todos os eventos que vivenciamos numa cadeira: o saborear dos banquetes, o assistir excelentes óperas, concertos e peças teatrais. Mas, também sinto a sensação daqueles que não possuem os movimentos e passam a conviver presos numa cadeira. Diante dessa sensação, levanto-me rapidamente e tento não entrar nesse padrão de sofrimento.

A beleza retorna ao meu interior e continuo a minha inspeção. Inspiro e vivo o ambiente agradavelmente familiar. Parece que conheço cada coisa sabendo porque estão colocadas em cada lugar.

Sigo até outro ambiente e deparo-me com uma sala de música. São vários instrumentos musicais e meus sentidos levam-me até uma cítara. Começo a dedilhar suas cordas. A cada toque passo a ser o som dos acordes que toco e passo a fazer parte do Sonho de Amor, de Litz e da Serenata de Schubert e assim por diante. São forças tão intensas que me envolvem que a emoção deixa-me quase sufocada. Sem conseguir dominar o emocional, sinto que sou jogada de volta ao lugar onde havia iniciado minha reflexão. Com certeza, a emoção foi o agente desse desligamento.

A minha volta, continua o espaço todo azul e no horizonte, continuo a ver, ao longe, a Cidade de Cristal que agora aparenta ser várias pirâmides translúcidas, umas dentro das outras. Essa simetria me faz lembrar a ordem e a harmonia universal. Agora, vejo também, no céu azulado, várias estrelas brilhando. A lua já começa a mostrar sua face.

Já não sinto o desespero e a solidão desapareceu completamente. No meu coração, sinto apenas o suave enlevo da beleza vivenciada.

Enquanto estou voltando ao estado físico, agradeço aos Instrutores a demonstração de proteção e assistência às quais nunca deixamos de contar.